quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Alcácer espera que ministro reconheça importância da orizicultura

O município de Alcácer do Sal espera que o Ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Serrano, reconheça a importância da orizicultura da região, actuando sobre “o dumping no preço do arroz praticado pelas grandes superfícies comerciais, nos elevados custos de produção e na necessidade de criar uma denominação de origem para o arroz da região”. Depois da reunião com António Serrano, Pedro Paredes, presidente da câmara de Alcácer do Sal, ressalva que o ministro ficou “sensibilizado” com a crise que o sector atravessa, tendo este prometido “actuar no sentido de intensificar a fiscalização em torno do dumping e na necessidade de apostar no arroz carolino, a única que pode ser distintiva de Portugal”.

De acordo com as informações avançadas pelo autarca, a comitiva que se encontrou com o ministro da agricultura enalteceu ainda a continuidade de classificação daquela zona como área desfavorecida, no âmbito da Política Agrícola Comum, além da necessidade “de criar uma moratória para a segurança social, ajustando as contribuições ao calendário de produção do arroz”. “O ministro domina as questões”, enfatiza Pedro Paredes, que salientou ainda que na audiência entre ambas as partes se analisou a “diminuição de taxas relacionadas com os recursos hídricos e energia eléctrica, numa colaboração com a associação dos regantes”.

Em paralelo com estes problemas, Pedro Paredes alertou o ministério para a possibilidade de a Herdade da Comporta vir a rescindir os contratos com os agricultores que com ela possuem contratos de arrendamento agrícola. Em causa, tal como explica o autarca, estão cerca de 250 famílias, das quais cerca de 180 são alcacerenses. “Existem mais 100 famílias que não são abrangidas pela herdade”, alerta o edil alcacerense, salientando a importância da produção de arroz naquele concelho, “que representa um quinto dos 27 mil hectares de produção a nível nacional”.

“A autarquia tem vindo a servir de mediadora entre a Herdade da Comporta e os agricultores e a questão passa agora pela renegociação daqueles contratos”, adianta Pedro Paredes, que espera que os agricultores em questão “não sejam despedidos”, uma vez que isso seria “uma desgraça para as suas famílias”. Segundo o presidente da câmara municipal, a pressão da autarquia junto da Herdade da Comporta passa “pela renegociação de contratos e não pela rescisão desses vínculos”, de modo a “dar mais conforto aos agricultores, bem como algumas actualizações salariais”.
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